31 - Espionagem Arriscada
O
grupo dos cinco jovens correu pela noite, espreitando por cima do ombro a cada
esquina tal era o medo que o Garchomp monstruoso inspirara… Por fim, quando
Diogo achou ser seguro parar para pensar um pouco em tudo o que tinha
acontecido, convidou todos a subir ao telhado do seu prédio.
-
Afinal de contas – explicava ele – era madrugada quando saímos do mundo dos
pokémon… ainda há pouco dormimos… acho que não precisamos obrigatoriamente de
nos ir deitar imediatamente…
Todos
concordaram com Diogo, apesar de saberem que, lá no fundo, os seus corpos
desejavam ardentemente uma cama onde pudessem evaporar todo o cansaço acumulado
nos últimos dias… Todos reconheciam a urgência em elaborar um plano.
-
Vamos ter de voltar a enfrentá-los mais cedo ou mais tarde. Mais vale termos um
plano quando chegar essa altura. – argumentou Rui.
-
Proponho a velha estratégia divide et
impera: dividir e conquistar – disse Pedro – tenho a certeza que
conseguimos vencê-los se os enfrentarmos um por um. Talvez até consigamos
derrotar aquele Garchomp desta maneira!
E
assim a discussão prosseguiu pela madrugada, cada um dando o seu contributo
para um plano que ficava cada vez mais perfeito.
Enquanto
isso, a vários quarteirões de distância, Catarina desceu as escadas do seu
prédio. Repetia mentalmente o seu voto de continuar numa posição neutra em
relação a tudo o que se estava a passar… mas apesar de tudo não conseguia
resistir à tentação de satisfazer a sua curiosidade.
-
Litwick, usa o Nevoeiro de Fumo outra
vez, mas lembra-te de ter cuidado para não o deixares aproximar-se demais de
mim, para não me envenenares.
-
Litwick!
O
pokémon reforçou o nevoeiro que ainda permanecia no ar, dando a Cathy a
confiança de que precisava para avançar sem medo.
Caminhou
até alcançar o local onde a ruela que dava para a sua porta das traseiras
desaguava na rua principal… tinha que assegurar um meio de fuga caso as coisas
dessem para o torto.
-
Mas, Léon… É mesmo preciso acabar com eles? Quer dizer… eles são pessoas na
mesma, não? Eu não sou nenhum criminoso!
Cathy
aguçou os ouvidos, à escuta. Uma voz gélida sobrepôs-se â primeira.
-
Eles vão acabar por se pôr no nosso caminho novamente. É preciso eliminá-los…
-
Mas!...
-
Fiquem calados! Todos vocês! Têm duas hipóteses a partir de agora! Ou ficam
comigo e levam a cabo o plano, ou mudam de lado e acabam com o mesmo que fim os
outros. Escolham!
Um
silêncio fatal congelou o ar, até que Leonardo voltou a falar.
-
Eis o que vamos fazer…
Catarina
ficou à escuta por alguns minutos, mas cada palavra que ouvia só a assustava
mais. Quando o discurso acabou, Cathy estava totalmente horrorizada. “Eles não
podem estar a falar a sério!” repetia para si mesma, vezes sem conta… A
preocupação com aquilo que acabara de ouvir era tanta, que ficara com os
sentidos toldados, e não se apercebeu do ruído que se aproximava de si em
velocidade.
Quando
percebeu era tarde de mais. Um impacto violento atirou-a ao chão. Tentou
levantar-se em vão. Alguém maior e mais forte que ela comprimia-a contra o
chão, apertando-lhe o pescoço com o braço. Alguém?... Não… Não era uma pessoa…
Era um Garchomp.
-
Ora, ora… O que temos nós aqui? – perguntou a voz fria e cortante.
Cathy
olhou para cima. Era Leonardo… o tal rapaz. Catarina olhou-o nos olhos frios.
“Duas
agulhas… São penetrantes e frios como duas agulhas…” pensou ela, antes de
tombar a cabeça para o lado e perder os sentidos.
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