38 - A Armadilha do Bosque
A
ajuda de Ralts tinha aumentado imenso a velocidade a que os treinadores se
moviam. Agora, deveriam ter percorrido em apenas uma hora a distância que
teriam percorrido em cinco dias a pé.
Diogo
olhou para Ralts. O pokémon estava, de facto, exausto…
-
Tudo bem! – declarou – Vamos ficar aqui pela noite… De qualquer forma avançámos
tão depressa que devemos estar quase em cima deles…
-
Demasiado perto… - sussurrou uma voz tão baixo que ninguém mais conseguiu
ouvir…
Retirando
da mochila algumas provisões, sentaram-se todos à volta de uma fogueira ateada
por Houndour a comer alegremente. Ralts teve direito a uma dose extraordinária
de bolachas pela ajuda indispensável. O ar de satisfação nos olhos do pequeno
pokémon foi suficiente para fazer toda a gente rir e sentir-se satisfeita.
Parecia que Ralts estava a comer a coisa mais deliciosa que alguma vez provara!
Nesse
mesmo momento todo o grupo ingressou numa discussão sobre se o chocolate faria
mal aos pokémon. A conversa estava tão animada que ninguém se apercebeu dos
movimentos à sua volta e dos vultos à espreita nas sombras.
Foi
quando Ana sugeriu que talvez se devessem deitar que sucedeu.
Um
ruído soou quando vários fios metálicos foram levantados do chão em simultâneo!
O som parecia vir de todos os lados, o que fez com que ninguém soubesse ao
certo para onde devia olhar…
-
Metang!!
O
parceiro de Pedro apontou subitamente para o topo de uma árvore onde uma
silhueta se encontrava a coordenar toda a armadilha. A sombra deu um último
puxão a um conjunto de fios e o chão moveu-se! Um enorme buraco abrira-se sobre
a fogueira!
-
Missão cumprida!... Só não pensei que fosse tão fácil…
A
voz de Tânia soou ao descer da árvore com o seu Nuzleaf.
-
Bom trabalho com a armadilha Nuzleaf…
ZUP!
Num
segundo, Diogo, Ana, Rui, Pedro, Tiago, Luxio, Houndour, Metang, Staravia e
Oshawott surgiram em frente a Tânia com Ralts ainda com as mãos da cabeça, o
gesto que fazia sempre que usava o seu ataque Teleporte.
Tânia
esboçou um sorriso…
-
Afinal sempre dão luta. Agora Nuzleaf!!
Arrancando
do chão um último fio metálico, Nuzleaf activou a segunda armadilha, e uma
chuva de estavas de madeira afiadas foi disparada. Grandes lanças de madeira
rodearam o espaço, fazendo quase uma arena.
Pedro
estava bastante irritado. Se Tânia ali estava, os outros não podiam estar muito
longe, mas um combate com ela seria uma completa perda de tempo, que seria com
certeza o seu objectivo ali…
Ralts
encontrava-se no seu ombro, ainda ligeiramente aturdido pela situação de perigo
com que se defrontara há poucos segundos. Pedro inclinou-se para ele e
segredou-lhe:
-
Tira todos daqui! Eu e o Metang ficamos para tratar deles!
Ralts
olhou para Pedro com um misto de admiração, surpresa e relutância, mas ao ver o
ar calmo e confiante do rapaz, colocou as mãos na cabeça de novo.
ZUP!
No
momento seguinte, Pedro e Metang estavam sozinhos na arena com os seus
adversários.
-
O que se passou? Onde estamos?! – perguntou Tiago confuso…
Ralts
inclinou a cabeça, abatido…
Diogo
olhou em volta e descobriu a arena de madeira que Nuzleaf criara ao longe, e
percebeu, chocado, que Metang se encontrava no seu interior com Pedro.
-
Eles!...
-
Vamos continuar… - cortou imediatamente Rui.
-
O quê?
-
Eu percebo o que o Pedro está a tentar fazer. Ele percebeu que ela está apenas
a ganhar tempo e decidiu tratar dela enquanto nos permite continuar. É o melhor
plano possível, se pensarmos bem. Eu próprio tê-lo-ia feito, se tivesse pensado
nisso mais rápido…
Ralts
parecia extremamente infeliz…
-
Agora já devemos estar próximos deles – continuou Rui, evitando olhar para o
pequeno pokémon – Acho que já não precisamos de ti, Ralts. Obrigado pela ajuda.
Antes de Tiago, que abrira
a boca, ter tido tempo de falar, Ralts transportou-se de imediato para longe.
Rui virou constas a toda a gente, e começou a seguir Houndour, mas não sem
Diogo ter conseguido ver o sorriso na sua cara. Subitamente, percebeu para onde
Ralts tinha ido…
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